Casamento (Direito Civil) – Resumo Completo

Segundo Flรกvio Tartuce, “o casamento pode ser conceituado como a uniรฃo de duas pessoas, reconhecida e regulamentada pelo Estado, formada com o objetivo de constituiรงรฃo de uma famรญlia e baseada em um vรญnculo de afeto”. (Tartuce, Flรกvio. Cรณdigo Civil Comentado (p. 1136). Forense. Ediรงรฃo do Kindle.)

O casamento รฉ pautado em uma comunhรฃo plena de vida (art. 1.511 do CC/02).

Existe, neste contexto, igualdade entre os cรดnjuges.

O casamento homoafetivo รฉ permitido, conforme entendimento da jurisprudรชncia (STJ e STF), bem como enunciado 601 da VII jornada de direito civil.

Nรฃo existe hierarquia entre o casamento e a Uniรฃo Estรกvel.

O interessante do casamento รฉ que, por excelรชncia, as partes escolhem o inicio, meio e fim do casamento.

Natureza Jurรญdica do Casamento

Teoria Institucionalista

Segundo a teoria institucionalista, o casamento รฉ uma instituiรงรฃo.

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  • โœ…Revisรฃo rรกpidaย 
  • โœ…Memorizaรงรฃo simples
  • โœ…Maior concentraรงรฃo
  • โœ…Simplificaรงรฃo do conteรบdo.

Teoria Contratualista

Para essa corrente, o casamento รฉ um contrato.

Teoria Mista (ou eclรฉtica)

Por fim, segundo a teoria mista, o casamento รฉ uma instituiรงรฃo quanto ao conteรบdo.

Todavia, รฉ um contrato especial em relaรงรฃo quanto a formaรงรฃo.

No Brasil, adotamos a teoria mista ou eclรฉtica.

O casamento รฉ um negรณcio jurรญdico especial com algumas regras prรณprias:

  1. Princรญpio da monogamia;
  2. Princรญpio da livre escolha;
  3. Princรญpio da comunhรฃo de vida.

O casamento, por ser um negรณcio jurรญdico, possui todos os elementos de existรชncia de um negรณcio jurรญdico comum, ou seja, parte, objeto vontade e forma.

Contudo, diferente do negรณcio jurรญdico comum, o casamento tem tambรฉm elementos especรญficos de existรชncia:

  1. Manifestaรงรฃo de vontades;
  2. Declaraรงรฃo de que estรฃo casados pelo juiz

Em razรฃo da ampliaรงรฃo do conceito de famรญlia, a diversidade de sexo nรฃo รฉ mais um elemento de existรชncia.

Disposiรงรตes Gerais do Casamento

A celebraรงรฃo do casamento รฉ gratuita (art. 1512 do CC/02) e, para as pessoas com pobreza declarada, serรก gratuito tambรฉm:

  1. a habilitaรงรฃo;
  2. o registro;
  3. a primeira certidรฃo;

ร‰ proibido ao Estado ou qualquer pessoa de direito pรบblico ou privado interferir na comunhรฃo de vida instituรญda pela famรญlia (art. 1.513 do CC/02).

O casamento religioso produz os mesmos efeitos do casamento civil a partir da sua celebraรงรฃo, desde que registrado no registro prรณprio (art. 1.515 do CC/02).

A habilitaรงรฃo pode ocorrer antes do casamento religioso ou apรณs o casamento religioso.

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Casamento (Direito Civil) – Resumo Completo

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Capacidade para o casamento

Podem se casar o homem e a mulher com dezesseis anos (idade nรบbil).

Contudo, enquanto nรฃo atingida a maioridade, exige-se a autorizaรงรฃo dos pais ou de seus representantes legais.

Existindo divergรชncia entre os pais ou negativa dos pais, รฉ possรญvel pedir o suprimento judicial.

A autorizaรงรฃo concedida pelos pais ou representante legal, รฉ revogรกvel atรฉ a celebraรงรฃo do casamento.

ร‰ interessante lembrar que o casamento รฉ hipรณtese de emancipaรงรฃo legal.

Destaque-se, por fim, que o menor de 16 anos, apรณs a lei 13.811/19, nรฃo poderรก casar.

Espรฉcies de casamento

Casamento religioso com fins civis

“Art. 1.515. O casamento religioso, que atender ร s exigรชncias da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro prรณprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebraรงรฃo.”

Aqui, o ministro religioso celebra o casamento religioso e, ato contรญnuo, celebra o casamento civil, respeitando os dispositivos de lei.

Hรก 2 possibilidades a saber:

  1. Com habilitaรงรฃo prรฉvia: o casal ultrapassa normalmente o procedimento de habilitaรงรฃo informando, desde o inรญcio, que serรก religioso com fins civis. Apรณs a celebraรงรฃo, deve o casal informar o cartรณrio em atรฉ 90 dias;
  2. Sem habilitaรงรฃo prรฉvia: Apรณs a celebraรงรฃo, comparece no cartรณrio a qualquer tempo e converte em casamento civil.

Casamento com nubente portador de molรฉstia grave

“Art. 1.539. No caso de molรฉstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irรก celebrรก-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que ร  noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever.

ยง 1 o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-รก por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.

ยง 2 o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, serรก registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.”

No casamento em caso de molรฉstia grave, hรก flexibilizaรงรฃo das regras do casamento.

Aqui, a lei dispensa o processo preliminar de habilitaรงรฃo e a celebraรงรฃo ocorre na presenรงa de:

  1. duas testemunhas que saibam ler e escrever.
  2. Autoridade competente para presidir ou, na falta deste, qualquer substituto legal;
  3. Oficial do Registro Civil ou ad hoc nomeado pelo presidente do ato.

Casamento nuncupativo

“Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, nรฃo obtendo a presenรงa da autoridade ร  qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderรก o casamento ser celebrado na presenรงa de seis testemunhas, que com os nubentes nรฃo tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, atรฉ segundo grau.”

O casamento nuncupativo tambรฉm รฉ chamado de casamento “in extremis vitae momentis” ou “in articulo mortis”.

Assim como no casamento com nubente portador de molรฉstia grave, aqui tambรฉm hรก flexibilizaรงรฃo da solenidade.

Entretanto, no casamento nuncupativo a flexibilizaรงรฃo รฉ ainda maior.

Isso porque hรก iminente risco de vida e, por isso, nรฃo hรก tempo de esperar sequer a autoridade competente para celebrar o casamento.

Portanto, hรก uma emergรชncia ainda maior que o casamento por molรฉstia grave.

Em razรฃo da falta de autoridade competรชncia, os requisitos sรฃo mais rรญgidos, cumpre citรก-los:

  • seis testemunhas que nรฃo sejam parentes em linha reta ou colateral atรฉ 2ยบ grau (irmรฃos);
  • as seis testemunhas deverรฃo comparecer ร  autoridade judicial mais prรณxima no prazo mรกximo de 10 dias.

As testemunhas deverรฃo declarar perante a autoridade judicial:

  • I – que foram convocadas por parte do enfermo;
  • II – que este parecia em perigo de vida, mas em seu juรญzo;
  • III – que, em sua presenรงa, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher.

Casamento putativo

Art. 1.561. Embora anulรกvel ou mesmo nulo, se contraรญdo de boa-fรฉ por ambos os cรดnjuges, o casamento, em relaรงรฃo a estes como aos filhos, produz todos os efeitos atรฉ o dia da sentenรงa anulatรณria.

ยง 1 o Se um dos cรดnjuges estava de boa-fรฉ ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis sรณ a ele e aos filhos aproveitarรฃo.

ยง 2 o Se ambos os cรดnjuges estavam de mรก-fรฉ ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis sรณ aos filhos aproveitarรฃo.

O casamento putativo รฉ o casamento contraรญdo de boa-fรฉ pelos dois ou por um dos nubentes.

Os efeitos do casamento ocorrem apenas em relaรงรฃo aquele que estรก de boa-fรฉ.

Assim, temos o seguinte:

  1. Ambos de boa-fรฉ: os efeitos civis sรฃo vรกlidos atรฉ o dia da sentenรงa anulatรณria.
  2. Ambos de mรก-fรฉ: os efeitos civis aproveitam aos filhos.
  3. Apenas um dos cรดnjuges casou-se com boa-fรฉ: os efeitos civis aproveitam a ele e aos filhos

Contudo, em relaรงรฃo ao que casou haverรก a produรงรฃo de efeitos, ainda que nulo ou anulรกvel.

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