Teorias e Modalidades de Pena (Direito Penal): Resumo Completo

Teorias da Pena (ou Teoria da Sanรงรฃo Penal)

As teorias da pena (ou teorias da sanรงรฃo penal) tentam, em sรญntese, explicar:

  1. Por que punir?
  2. Para que punir?

Hรก, neste cenรกrio, alguns grupos de teorias.

Sรฃo elas:

  1. Teorias Retributivas (ou absolutas);
  2. Teorias Preventivas (ou relativas);
  3. Teorias Mistas (ou eclรฉticas).

Dentro das teorias retributivas, jรก o:

  1. Retribucionismo moral;
  2. Retribucionismo jurรญdico.

As teorias retributivas buscam apontar que a pena funciona como castigo/ retribuiรงรฃo ao que foi feito.

A finalidade da pena nรฃo seria evitar novos crimes, mas sim retribuir o que foi feita.

Neste contexto, a pena รฉ aplicada porque o crime foi praticado.

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  • โœ…Revisรฃo rรกpidaย 
  • โœ…Memorizaรงรฃo simples
  • โœ…Maior concentraรงรฃo
  • โœ…Simplificaรงรฃo do conteรบdo.

Segundo o retribucionismo moral, encabeรงada por Kant, a pena รฉ aplicada em razรฃo do carรกter retributivo e nรฃo para evitar novos crimes.

Em contraposiรงรฃo, o retribucionismo jurรญdico, defendido com Hegel, sustenta que praticar o crime รฉ negar o Direito. Em contrapartida, a pena รฉ a negaรงรฃo do crime.

Assim, o crime nega o Direito, ao passo que a pena nega o crime. Daรญ porque, em sรญntese, a pena REAFIRMA o Direito.

Em paralelo as teorias retributivas (ou absolutas), hรก teorias preventivas (ou relativas).

As teorias preventivas, por sua vez, afirmam que a pena serรก aplicada para que o sujeito nรฃo volte a praticar o crime.

ร‰ curioso observar que a teoria retributiva observa a pena sob uma รณtica retrospectiva (pune o agente porque praticou o crime), ao passo que a teoria preventiva avalia a pena sob uma รณtica prospectiva (pune o agente para que nรฃo volte a praticar o crime).

As teorias preventivas subdividem-se em:

  1. Teoria preventiva geral;
    • Negativa;
    • Positiva.
  2. Teoria preventiva especial.
    • Negativa;
    • Positiva.

Na teoria preventiva geral, o parรขmetro serรก a sociedade e nรฃo o indivรญduo.

Isso significa que a pena tem a funรงรฃo de evitar que a sociedade repita o erro do criminoso.

A teoria preventiva geral poderรก ser negativa oi positiva.

Segundo teoria preventiva geral negativa, a pena existe como meio de coaรงรฃo psicolรณgica coletiva.

Neste cenรกrio, a pena tem o objetivo de intimidar a sociedade.

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Teorias e Modalidades de Pena (Direito Penal): Resumo Completo

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A teoria preventiva geral positiva, por sua vez, defende que a pena tem o objetivo de educar a coletividade.

A partir da pena, a coletividade respeitaria bens jurรญdicos penalmente tutelados.

Em contraposiรงรฃo, a teoria preventiva especial tem como parรขmetro o prรณprio criminoso.

Por isso, o objetivo รฉ evitar que o criminoso volte a pratica o crime (reincidรชncia).

Da mesma forma que a teoria preventiva geral, a teoria preventiva especial subdivide-se em negativa e positiva.

Segundo a teoria preventiva especial negativa a pena รฉ o meio para neutralizar o criminoso.

Em paralelo, segundo a teoria preventiva especial positiva a pena tem o objetivo de ressocializar o criminoso.

Isso significa que a pena visa evitar a reincidรชncia por meio de um processo de ressocializaรงรฃo do criminoso.

Por fim, as teorias eclรฉticas visam unificar as teorias retributivas ou preventivas.

A doutrina sustenta que o Cรณdigo Penal adota, em parte, a teoria mista, conforme art. 59, caput, do CP:

Art. 59 – O juiz, atendendo ร  culpabilidade, aos antecedentes, ร  conduta social, ร  personalidade do agente, aos motivos, ร s circunstรขncias e conseqรผรชncias do crime, bem como ao comportamento da vรญtima, estabelecerรก, conforme seja necessรกrio e suficiente para reprovaรงรฃo e prevenรงรฃo do crime

Por isso, o juiz, ao aplicar a pena, deve observar tanto o critรฉrio retributivo (reprovaรงรฃo), como o critรฉrio preventivo (prevenรงรฃo).

Modalidades de Pena

Existem 3 modalidades de pena no Direito Penal:

  1. Pena Privativa de Liberdade;
  2. Pena Restritiva de Direitos (ou pena alternativa);
  3. Pena de Multa.

Antes de adentrar no tema, contudo, รฉ preciso lembrar que, em respeito ao princรญpio da humanidade das penas, hรก penas vedadas pelo ordenamento jurรญdico.

Lembro, por oportuno, que o princรญpio da humanidade รฉ um desdobramento imediato do princรญpio da dignidade da pessoa humana.

Segundo este princรญpio, a norma penal deve resguardar tratamento humanizado ao sujeito ativo da infraรงรฃo penal.

ร‰, em ultima anรกlise, um princรญpio que deve direcionar o cumprimento da pena.

No prรณximo tรณpico vou falar de cada uma delas.

Penas Proibidas

Como observamos no tรณpico anterior, a princรญpio da humanidade das penas impede, no Brasil, a aplicaรงรฃo de algumas penas.

ร‰ VEDADO a aplicaรงรฃo das seguintes penas:

  1. Pena de morte, salvo guerra declarada;
  2. Pena de carรกter perpรฉtuo;
  3. Pena de trabalhos forรงados;
  4. Pena de banimento;
  5. Penas cruรฉis.

A pena de morte no Brasil รฉ admitida apenas em caso de guerra declarada e se dรก por fuzilamento.

Sobre o tema execuรงรฃo da pena de morte, observe o que dispรตe o art. 707 do Cรณdigo de Processo Penal Militar (CPPM):

Execuรงรฃo da pena de morte

Art. 707. O militar que tiver de ser fuzilado sairรก da prisรฃo com uniforme comum e sem insรญgnias, e terรก os olhos vendados, salvo se o recusar, no momento em que tiver de receber as descargas. As vozes de fogo serรฃo substituรญdas por sinais.

ยง 1ยบ O civil ou assemelhado serรก executado nas mesmas condiรงรตes, devendo deixar a prisรฃo decentemente vestido.

(…)

Alguns doutrinadores sustentam, ainda, que รฉ admitida a pena de morte pela lei do abate.

O art. 303 e seguintes da lei 7565/86 disciplina a forma de detenรงรฃo, interdiรงรฃo e apreensรฃo de aeronaves.

O art. 303, ยง 2ยฐ, da respectiva lei dispรตe o seguinte:

Art. 303. A aeronave poderรก ser detida por autoridades aeronรกuticas, fazendรกrias ou da Polรญcia Federal, nos seguintes casos:

(…)

ยง 2ยฐ Esgotados os meios coercitivos legalmente previstos, a aeronave serรก classificada como hostil, ficando sujeita ร  medida de destruiรงรฃo, nos casos dos incisos do caput deste artigo e apรณs autorizaรงรฃo do Presidente da Repรบblica ou autoridade por ele delegada.

ร‰ evidente que, nesta hipรณtese, autorizar a destruiรงรฃo da aeronave รฉ, tambรฉm, autorizar que seus integrantes sejam mortos.

Parte da doutrina contudo, sustenta que, aqui, nรฃo hรก PENA de morte, mas sim morte como consequรชncia de uma espรฉcie de estado de necessidade.

Nรฃo se trata de pena, atรฉ porque nรฃo decorre de um processo judicial.

Alรฉm disso, tambรฉm รฉ vedado no Brasil as penas de carรกter perpรฉtuo.

Cumpre destacar que, no Brasil, o prazo mรกximo para cumprimento da pena serรก de 40 anos, conforme art. 75 do Cรณdigo Penal, alterado pela lei 13.964/19 (lei anticrime).

Lembro, por oportuno, que o STF entende que nรฃo sรณ nรฃo poderรก haver pena de carรกter perpรฉtuo, como tambรฉm nรฃo pode haver sanรงรฃo penal de carรกter perpรฉtuo.

Por isso, medidas de seguranรงa, por exemplo, devem seguir o limite mรกximo da pena, dado que sรฃo espรฉcies de sanรงรฃo penal.

Tambรฉm serรก proibido a pena de trabalhos forรงados.

ร‰ importante nรฃo confundir o trabalho forรงado com o trabalho obrigatรณrio.

O trabalho forรงado รฉ o trabalho imposto por meio de violรชncia fรญsica.

A lei de execuรงรฃo penal aponta que o trabalho do preso รฉ obrigatรณrio.

Nรฃo se trata de uma imposiรงรฃo por violรชncia fรญsica, mas sim de imposiรงรฃo legal, cujo desrespeito enseja consequรชncias jurรญdicas.

Observe o que dispรตe o art. 31 da Lei 7.210 (Lei de Execuรงรตes Penais – LEP):

Art. 31. O condenado ร  pena privativa de liberdade estรก obrigado ao trabalho na medida de suas aptidรตes e capacidade.

Parรกgrafo รบnico. Para o preso provisรณrio, o trabalho nรฃo รฉ obrigatรณrio e sรณ poderรก ser executado no interior do estabelecimento.

Tambรฉm nรฃo serรก admitida, no Brasil, a pena de banimento.

O banimento, na prรกtica, รฉ a expulsรฃo de um nacional.

Por fim, รฉ tambรฉm vedada a aplicaรงรฃo de penas cruรฉis, ou seja, penas que envolvem suplรญcio corporal/ tortura.

A partir de agora vou explicar cada uma das penas autorizadas pelo ordenamento jurรญdico.

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